Investigação social: o que pode te reprovar mesmo aprovado(a)?

Olá megeanos(as)!

Você deve ter visto o caso em que uma advogada casada com condenado por tráfico foi barrada em concurso da PCSC para Delegado(a). Esse o caso acendeu um alerta importante: a etapa da investigação social pode ser tão decisiva quanto a prova objetiva ou discursiva.

A investigação social, também conhecida como sindicância de vida pregressa, é uma etapa eliminatória em diversos concursos públicos, especialmente na área de segurança. Seu objetivo é avaliar a idoneidade moral e a conduta social dos candidatos, assegurando que possuam comportamentos compatíveis com as responsabilidades do cargo almejado.


O caso da advogada eliminada na Investigação Social:

A candidata, advogada e aprovada nas primeiras fases do concurso para Delegado da Polícia Civil de Santa Catarina, foi reprovada na fase de investigação social. O motivo? Ela era casada com um homem condenado por tráfico de drogas.

Mesmo sem qualquer condenação ou envolvimento direto com a atividade criminosa do cônjuge, a banca do certame entendeu que a relação próxima com alguém que praticou crime grave comprometeria a confiança e a imagem exigidas para o exercício da função de delegada.

A candidata recorreu à Justiça, alegando que o critério foi subjetivo e discriminatório, e que sua vida pessoal não interferia em sua aptidão profissional. Mas o caso segue gerando debates — e muitos concurseiros se perguntam: afinal, o que é a investigação social e por que ela pode eliminar candidatos?


O que é  a Investigação Social em Concursos Públicos?

A investigação social, também chamada de sindicância de vida pregressa, é uma etapa eliminatória que visa verificar se o candidato possui conduta moral e reputação ilibada, compatíveis com o cargo público pretendido — especialmente em áreas como Magistratura, Ministério Público e Polícia.

A investigação social é fundamental para garantir que os futuros servidores públicos tenham uma conduta irrepreensível, protegendo a integridade das instituições e a confiança da sociedade.

Em carreiras policiais e militares, essa avaliação é ainda mais rigorosa, pois os profissionais atuam diretamente na manutenção da ordem pública e na defesa dos cidadãos. A presença de indivíduos com histórico questionável nessas funções pode comprometer a eficácia e a credibilidade das forças de segurança.

Geralmente essa etapa analisa os seguintes itens:

  • Antecedentes criminais;
  • Comportamento ético e social;
  • Condições de vida e relações pessoais;
  • Participação em atos que contrariem os princípios da administração pública.

Sim! Suas relações pessoais e familiares podem ser levadas em consideração, como demonstrado no caso da advogada barrada. Consta no item 15.4 do edital do concurso para Delegada da PCSC o seguinte:

“Entre os aspectos a serem investigados sobre a vida dos candidatos em sociedade de que trata o subitem anterior, incluem-se suas relações interpessoais e eventuais transgressões à ordem jurídica vigente, que não se limitam à busca por inquéritos, processos e sentenças”.

E o item 15.6 completa com o seguinte:

15.6 Na Investigação Social o candidato poderá obter um dos seguintes resultados:

a) ELIMINADO POR FALTA OU INADEQUAÇÃO DE DOCUMENTO(S) – o candidato não entregou a documentação exigida para a Investigação Social; o candidato entregou intempestivamente a documentação; o candidato entregou a documentação incompleta ou; a documentação entregue não atendeu aos requisitos do edital.

b) NÃO HABILITADO – a conduta social do candidato revelou-se incompatível com a hipótese de investidura e exercício da carreira policial.

c) HABILITADO – a conduta social do candidato revelou-se compatível com a investidura e exercício da carreira policial.


 

A Polêmica: até onde vai a Legalidade da Investigação?

O caso de SC não é isolado. Diversas decisões judiciais já analisaram situações em que candidatos foram excluídos por motivos como:

  • Envolvimento de familiares com o crime;
  • Participação em protestos ou manifestações;
  • Comentários feitos em redes sociais;
  • Pendências financeiras ou civis.

A discussão gira em torno de um ponto crucial: a subjetividade dos critérios. O que pode ser considerado “conduta incompatível”? Até onde a vida privada do candidato pode interferir em seu futuro profissional?

É essencial que os critérios dessa etapa sejam objetivos, claros e devidamente fundamentados, respeitando os princípios constitucionais da isonomia e do devido processo legal. Os candidatos devem estar cientes dos aspectos avaliados e das possíveis implicações de suas escolhas pessoais e profissionais.


E por que Isso é importante para você, concurseiro(a)?

Muitos candidatos estudam anos, passam nas provas, têm boa formação e experiência… mas acabam eliminados por não se atentarem à etapa da investigação social. E mais do que isso: não entenderem o que pode ser considerado fator eliminatório.

A investigação social não é um mero protocolo: ela é uma etapa eliminatória e criteriosa, usada especialmente em carreiras de alta responsabilidade como delegado, promotor, juiz e policial. Ela analisa não só sua conduta, mas também o contexto no qual você está inserido — e isso inclui seus vínculos, seu histórico e até sua postura nas redes sociais.

Você precisa:

  • Manter conduta ilibada e coerente, inclusive na esfera online;
  • Evitar envolvimento com atividades ou círculos que possam comprometer sua imagem;
  • Conhecer os critérios específicos de cada edital;
  • Estar preparado para apresentar documentos e esclarecer situações delicadas, se for convocado.

Sua vida além da prova importa — e o Estado está de olho!


 

O caso da advogada eliminada em SC mostra que o jogo não acaba quando termina a prova. A investigação social pode ser determinante, e ignorá-la é um risco que nenhum candidato deve correr.

A investigação social é uma ferramenta crucial nos concursos públicos para assegurar que os futuros servidores possuam a idoneidade necessária ao exercício de suas funções. Casos como o da candidata em Santa Catarina ressaltam a necessidade de transparência e objetividade nos critérios adotados, garantindo processos seletivos justos e alinhados aos princípios democráticos.

Para os aspirantes a cargos públicos, é fundamental compreender a relevância dessa etapa e preparar-se adequadamente, mantendo uma conduta ética e compatível com as exigências do serviço público.

Por isso, além de estudar para gabaritar as provas, é fundamental construir uma trajetória pessoal e profissional compatível com os valores exigidos pelo serviço público.

Está se preparando para concursos da área policial, jurídica ou de segurança pública? Fique atento(a): a sua vida pregressa também faz parte da avaliação.

 

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