O caminho da aprovação para o cargo de promotor de justiça passa por várias etapas. Antes de sonhar com a remuneração e com o trabalho a ser desenvolvido, o candidato deve se preparar para o enfrentamento de uma jornada que não será fácil.
Aprovação no concurso de promotor de justiça
A aprovação no concurso de promotor de justiça pressupõe o estudo, que por sua vez pressupõe o planejamento. O estudo organizado, estruturado e disciplinado é imprescindível não somente para sua aprovação, mas para reduzir o tempo da jornada.
Alguns dizem que não importa quando foram aprovados, quanto tempo se prepararam, porque simplesmente conseguiram a aprovação no sonhado cargo de promotor de justiça. Mas será que realmente não importa? Se olharmos somente pela perspectiva do resultado sim, não importa. Contudo, se observamos pela a trajetória, importa muito.
E por quê? Porque a motivação é afetada diretamente pelos insucessos, especialmente em provas objetivas. Uma reprovação, objetivamente considerada, deve ser encarada somente como uma falha. O conjunto de reprovações, ao contrário, deve ser visto como um problema estrutural de planejamento ou de estudo.
Há anos acompanhando alunos em nossas turmas, vimos diversas histórias de sucesso e insucesso dos candidatos. O que os diferenciava? Aqueles que conseguiram alcançar o resultado desejado, aprovação no cargo de promotor de justiça, erraram menos na preparação porque possuíam um planejamento e o seguiram.
Professor, mas quais os principais erros na preparação em um concurso para promotor de justiça que podem me afastar da aprovação ou torná-la mais longa?
Vários podem te atrapalhar, mas há cinco erros que você não pode cometer:
- Relegar o estudo da lei seca: a lei seca atualmente constitui cerca de 70 a 80% das provas objetivas. Logo, não a estudar certamente tornará sua jornada mais longa. Se você sabe que sua prova terá em média 75 questões baseadas apenas na letra da lei, como deixar de lado seu estudo? É um erro muito comum, mas você não pode cometer.
- Estudar a lei seca de forma desorganizada: ler a lei não é somente pegar o vademecum e, como um robô, abrir Código Civil ou de Processo Penal e começar a ler os dispositivos legais de forma desorganizada. Esse é um erro que você não pode cometer em hipótese alguma. Todos os orientadores dizem para ler a lei, mas poucos ensinam como ler a lei.
O estudo da legislação deve ser sistematizado, estruturado em conexões interdisciplinares para permitir o ganho de revisões bônus. Deve ainda, ser realizado de forma organizada, com leitura de diversas leis ao longo da semana para evitar o cansaço mental.
- Acreditar que só o estudo da lei é suficiente: as provas de Ministério Público, em geral, possuem uma carga doutrinária maior do que a das demais carreiras jurídicas. Portanto, é fundamental o estudo da doutrina para potencializar sua pontuação. Peguemos, por exemplo, os concursos do MPMG e MPSP.
O MPMG é um pouco mais doutrinário do que o MPSP e tem tido como média histórica de corte 59 pontos em 80 questões. O MPSP, menos doutrinário, media histórica de 83 pontos em 100 questões. Apesar dos estilos distintos, pode-se facilmente constatar que ainda que o candidato acertasse todas as questões baseadas em letra de lei, não alcançaria a nota de corte.
Logo, temos que é fundamental conciliar o estudo da doutrina direcionada com a lei, sendo mais um erro que você não pode cometer.
- Estudar para cada fase separadamente: esse erro que você não pode cometer é muito comum e a principal causa de insucesso nos concursos. Você terá muito tempo para se preparar para a prova objetiva, vez que pode iniciar seus estudos mesmo antes da publicação do edital. Contudo, terá pouco tempo para se preparar para a prova subjetiva, haja vista que o intervalo entre a prova de múltipla escolha e a prova dissertativa não costuma ultrapassar 45 dias em média.
E como reverter a chave do estudo, da lei seca para a doutrina em tão pouco tempo?
Não há como, posto que o estudo da doutrina demanda mais tempo e uma maior reflexão. Você é capaz de ler um artigo e compreender o conteúdo rapidamente para marcar um X. Na doutrina, seu cérebro precisa de mais tempo para absorção, pois você terá que discorrer sobre o assunto.
Então, evite pensar no concurso para promotor de justiça fase a fase, pense de forma holística. O certame não é um jogo de videogame que você vence fase por fase e, ao ser derrotado numa fase avançada, volta para o mesmo ponto. Não, você volta para o início do jogo.
- Não fazer exercícios: os exercícios visam reforçar o conteúdo, documentar sua evolução. Funcionam como revisão e possuem a capacidade estimular o aumento de sua autoestima. Não são fontes de estudo primárias, mas secundárias.
Apesar de não ser recomendável a realização de exercícios logo após o estudo da matéria, porque assim perdem a função de revisão, sua confecção é imprescindível ao longo da preparação. É, portanto, um erro que você não pode cometer.
Ao resolver exercícios, o candidato passa a conhecer o estilo das provas, as “maldades” dos examinadores, as diferentes formas de produções de questões, além de revisar o conteúdo.
Esse conhecimento permite que você, no concurso, depare-se com um formato de prova e de questões já conhecidos, de forma que seu caminho será menos árduo. Dirigir numa estrada já conhecida é mais fácil do que se aventurar numa desconhecida.
Existem outros erros que podem te atrapalhar no concurso para o cargo de promotor de justiça, mas reputo esses como os mais importantes e que você, em hipótese alguma, devem cometer.
Visando uma adequada e organizada preparação, lançamos o Clube do MP justamente para trazer um modelo sistematizado de estudo, que te manterá “na linha” por meio de uma das ferramentas disponibilizadas, o Circuito Semanal de Legislação, reforçado por exercícios semanais e mensais, com aspectos doutrinários relevantes em pontos chave para a construção de um caminho crescente e produtivo que certamente trará resultados positivos na sua jornada.
Forte abraço e fiquem com Deus!
Promotor de Justiça no MPMG