TJ-PR: Entrevista com o juiz Matheus Moura (ex-aluno Mege aprovado no último concurso).

E para dar aquela motivada nos estudos, segue o depoimento de um dos aprovados no último concurso do TJ/PR, que foi um aluno muito querido do Mege.

“Caros colegas! É com muita satisfação que compartilho com vocês, um pouco da minha experiência com os estudos até minha aprovação no concurso da magistratura. Obrigado à equipe MEGE pela oportunidade.

Sou Matheus Ramos Moura, atualmente tenho 31 anos, e fui aprovado no concurso da magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Tive contato com as atividades do Poder Judiciário muito cedo, ainda adolescente. Meu pai, servidor do Fórum, permitiu que eu pudesse acompanhá-lo no trabalho, ocasião em que, aos poucos fui aprendendo algumas coisas sobre a carreira jurídica.

Juiz Matheus Moura, curso mege
Juiz Matheus Moura, curso mege

Iniciei o curso de Direito, em 2007, na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS, Unidade de Paranaíba, já com o sonho de passar em concurso público.

No segundo ano do curso de direito, tive a oportunidade de iniciar estágio no Gabinete do Juiz de Direito da 2ª Vara de Cassilândia, comarca de primeira entrância. Na época o Juiz de Direito não tinha assessor, e tive a oportunidade de auxiliá-lo em muitas funções, como de minutar despachos, decisões, sentenças, audiências, visitas à Delegacia, Presídio, e até mesmo substituições em outras Comarcas, em época de férias.

Com toda essa experiência, não tive dúvida do cargo que eu queria exercer e eu buscaria ser aprovado após concluir a graduação.
Estagiei até o último ano do curso.

Concluí a graduação, me inscrevi num cur¬so intensivo preparatório para concursos de carreiras jurídicas e comecei a advogar, até mesmo pela exigência da prática jurídica. A ideia era já me dedicar ao máximo após a graduação, para conseguir ser aprovado tão logo obtivesse a prática jurídica.

Não segui firme nos estudos, apesar de ter realizado o curso. No total, advoguei pelo período de 5 anos e 9 meses, período no qual também exerci a função de Procurador Adjunto do Município.

Enquanto Advogado fiz especialização em Direito Processual Civil.

Apesar de não ter seguido firme nos estudos, estudava algum edital ou outro e, apesar inúmeras reprovações, em 2015, consegui ser aprovado no concurso de Analista Jurídico do Ministério Público de São Paulo.

Fui nomeado em 2017, e assumi no início de 2018, deixando a advocacia, com o propósito de que seria a oportunidade para eu mergulhar nos estudos, e ser aprovado em algum concurso de nível ainda superior.

Até então eu tinha estudado apenas de acordo com os editais dos concursos que eu me inscrevia, alguns por apostilas, outros por reta final de cursos com videoau-las, e lia pouca doutrina.

A forma de estudo é muito peculiar de um candidato para outro, mas para mim, a im¬pressão era de que a doutrina levava muito tempo para lê-la totalmente, e um certo desânimo de fazer a sua releitura, ainda que com os respectivos grifos. Não daria certo para mim.

Durante a advocacia, uma amiga, Silvia, Juíza Leiga em Cassilândia, tinha me apresentado o curso Mege que, a princípio, fiquei receoso pelo gosto de estudar por videoaula.

Ela me mostrou alguns materiais, entrei no site e vi algumas rodadas. Resolvi investir.

Quando decidi me dedicar a ser aprovado em concurso público, sem ficar estudando para um concurso específico, comecei a estudar pelo Mege. A experiência foi ótima. As rodadas eram semanais, e o material disponibiliza doutrina resumida, informativo, lei seca e questões. Tudo o que era preciso, principalmente para ter um bom conteúdo em um tempo não muito grande, algo em torno de 6 a 8 meses.

Nesse começo, não sei exatamente quantas horas estudava por dia. Minha meta era cumprir a rodada na semana. Tinha dia que eu estudava trinta páginas. Mas, um exemplo, se chegasse final de semana e tinha cento e cinquenta páginas para concluir a rodada, eu dava um jeito de as cumprir no sábado e domingo. Ou se uma semana a rodada fosse maior do que a outra, a da menor fazia em menos de 7 dias, e a da maior com 8 ou 9 dias.

Dessa forma, eu conseguia cumprir as rodadas conforme proposta do curso.

E o melhor, o material não é tão extenso como doutrinas. E com isso, eu conseguia reler as rodadas. De algumas matérias, eu reli várias vezes. O que eu não conseguiria fazer com doutrinas. Para mim, esse sistema de releitura do mesmo material mais de uma vez, ajuda muito na memorização. Na hora da prova, eu conseguia visualizar até onde determinado conteúdo estava inserido no material.

O estudo era contínuo, não mais estudava editais.

Fiz várias provas durante o estudo, e não obstante as inúmeras reprovações, isso me ajudou muito. Apesar de estar inscrito em site de resolução de questões, não conseguia resolvê-las com frequência. Portanto, corrigia as provas. Se a prova era domingo, segunda ou terça ou já estava corrigindo-a, item por item, inclusive tinha um caderno que eu anotava dicas de véspera de prova (aulas de véspera), dicas que o curso repassava por videoaula (o curso também tem algumas aulas), alguns informativos importantes e os erros das provas que eu fazia

Com o tempo, já relendo as apostilas, me inscrevi no curso Mege Informativos, para alternar um pouco entre a leitura e videoaula. Os informativos são explicados em aulas curtas, e eu as fichava. E nas vésperas das provas estudava esse caderno que eu mesmo montei (material mais curto), e as fichas dos informativos, seja na última semana, aeroporto, ônibus etc.

Fiz curso para segunda fase (prova dissertativas e sentenças cível e criminal) e de humanística também com o Mege.

Intensifiquei ainda mais meus estudos quando saiu o resultado da prova dissertativa e de sentenças do Tribunal de Justiça do Paraná.

No entanto, teve que ser um estudo mais voltado à revisão e conciliado com questões referentes à documentação para a fase de investigação social e exames para perícia médica, bem como cursos voltados à prova oral, além do trabalho.

Foi a jornada mais exaustiva, mas ao mesmo tempo de muito aprendizado. Fiz um total de três cursos específicos para a prova oral, e treinava sempre que possível, inclusive sozinho, gravando com meu próprio celular.

Foi uma experiência incrível, até mesmo porque eu me preparava para realizar prova oral num Tribunal de Justiça que a vontade de ser aprovado era grande.
Todas as provas que eu fiz, a sensação era de que eu ainda não estava preparado. E com a prova oral, aliás, a minha primeira, não foi diferente.

Mas fiz. E saí com a sensação de ter feito o que eu pude. Nove dias depois saiu o resultado com minha aprovação na fase oral. Até hoje não consegui encontrar palavras para definir qual a sensação de ser aprovado no concurso da magistratura, e na verdade, não sei se existe. O esforço e a dedicação para passar é tão grande, e você obter êxito em todas as fases, todas as avalições jurídicas, psicológica, médica, social, realmente é um sentimento muito bom.

Quero deixar uma mensagem de incentivo a todos que almejam realizar seus sonhos, com a aprovação em algum concurso público. Não é fácil. Não foi para mim, assim como acredito que não tenha sido para as demais pessoas que foram aprovadas.

Quando decidi que queria ser magistrado, aos 18 anos, até a minha aprovação no concurso, foram 12 anos. As coisas não saíram conforme o planejado e, além disso, tive inúmeros problemas na minha vida, como é normal que outras também tenham.

Mas o sonho sempre falou mais alto, tanto que aproveitei as oportunidades que tive na vida, inclusive as frustrações, como um incentivo para continuar estudando.
Aprendi que não adianta fazer planos ou criar expectativas de que estudaremos um determinado número de anos que já seremos aprovados. Aprendi que cada reprovação foi necessária para aperfeiçoamento do meu aprendizado, e que era necessário continuar empenhado. Aprendi que para tudo na vida tem o tempo certo de as coisas acontecerem, e que nem sempre é aquele que você espera ou quer, e com o concurso público não foi diferente.

Independente da crença, sou muito grato a Deus pela benção de ter sido aprovado aos 30 anos, o que não foi exatamente o que eu tinha planejado quando eu estava na faculdade. Mas tive tanta experiência e aprendizado, que hoje tenho apenas o sentimento de gratidão.

A ansiedade agora é apenas para a posse, a qual acredito esteja próxima, notadamente em razão de o Tribunal de Justiça, mesmo com a pandemia, ter dado continuidade às movimentações na carreira da magistratura e, recentemente ter autorizado a realização de novo concurso público para Juiz Substituto.

Inclusive, peço que não desanimem. O mundo vivencia situação crítica, no entanto, os concursos públicos não irão parar. Haverá movimentação na carreira, serão abertas novas vagas, e os Tribunais, assim como para os demais órgãos, continuarão realizando concursos públicos.

Ainda não tem previsão de quando sairá o edital do próximo concurso do Tribunal de Justiça do Paraná, mas os motivos da autorização de ser realizado um novo, são motivadores. Aliás, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná é extremamente sério e humano com os candidatos e estou muito orgulhoso que dele farei parte.
Portanto, estudem, se preparem. Recomendo terem um bom material, seguir com ele durante as fases do concurso. Fase oral, por exemplo, não dá tempo de estudar coisas novas, apenas rever o que já foi estudado.

Desejo muita força a todos que estão estudando. Fácil não é. Mas é possível. Confiem, sejam resilientes, que o momento de vocês, sem dúvida, chegará.
Um forte abraço, Matheus”.

2 comentários em “TJ-PR: Entrevista com o juiz Matheus Moura (ex-aluno Mege aprovado no último concurso).”

  1. E agora meu processo está nas mãos desse juiz. Fui enganada por uma construtora e por isso hoje estou pagando aluguel sem poder. Espero que ele seja justo e sensível, pois eu e meus netinhos dependemos da decisão dele.

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